Ronnie O’Sullivan, o “papa-finais”

Xavier OliveiraMarço 26, 20186min0

Ronnie O’Sullivan, o “papa-finais”

Xavier OliveiraMarço 26, 20186min0
Foi em Llandudno, no Venue Cymru, que tal como a época passada se jogou o Players Championship, com uma final a ser jogada entre Ronnie O'Sullivan e Shaun Murphy.

Foi em Llandudno, no Venue Cymru, que tal como a época passada se jogou o Players Championship, com a final deste ano a ser jogada entre Ronnie O’Sullivan e Shaun Murphy. Ambos já se tinham encontrado em duas finais esta época, no Champion of Champions e no UK Championship.

Selby, Higgins e Allen ‘out’

Neste Players Championship, Mark Selby mostrou uma vez mais que está longe da forma que o levou a vencer o título de campeão mundial de 2017. Foi surpreendido por Ryan Day, que esta época já venceu dois ‘majors’, o Gibraltar Open e o Riga Masters, para além da mais recente vitória no Romanian Masters. Por isso, Selby estava bem avisado do momento de forma do seu adversário, mas nem por isso conseguiu evitar a surpresa, acabando por ser eliminado pelo galês por 6-3.

O outro galês em prova que não deixou escapar a vitória foi Mark Williams, que vem fazendo uma excelente época e, que frente à jovem promessa do snooker chinês, Yan Bingtao, venceu por 6-2, marcando assim encontro com o seu compatriota.

Quem continua imparável, e como provavelmente o mais sério candidato a sagrar-se campeão do mundo, é Ronnie O’Sullivan, que frente ao escocês Graeme Dott, “cilindrou” este por 6-1, deixando pouca margem para dúvidas relativamente à sua superioridade no encontro. À sua espera já estava o chinês Ding Junhui, que levou de vencida o campeão em título do Masters, Mark Allen, por 6-2. Continua assim a travessia no deserto por parte do norte-irlandês depois do título ganho em Janeiro.

Neil Robertson entrava no torneio sob alguma pressão, visto estar a aproximar-se o mundial e o seu lugar no top-16 não estar totalmente garantido. Mas frente ao belga Luca Brecel, não vacilou e carimbou a vitória com relativa facilidade, por 6-2, marcando assim encontro frente a Judd Trump. O inglês que contra Stephen Maguire, ainda passou por algumas dificuldades mas acabou por triunfar por 6-4.

A par da eliminação de Mark Selby, a derrota de John Higgins frente ao compatriota Anthony McGill foi a que causou mais espanto por terras galesas. O resultado é bem esclarecedor, com este último a ter saído por cima por 6-0. Shaun Murphy teve pela frente o também inglês Kyren Wilson, tendo o “Mágico” vencido este encontro por 6-3 e marcado presença nos quartos-de-final frente a McGill.

McGill em acção frente a John Higgins (Fonte: Facebook World Snooker)

Os veteranos mostraram quem manda

Chegado os quartos-de-final, o alinhamento foi o seguinte: Neil Robertson vs Judd Trump; Ding Junhui vs Ronnie O’Sullivan; Anthony McGill vs Shaun Murphy e Mark Williams vs Ryan Day.

O’Sullivan e Ding foram os primeiros a entrar em acção nos “quartos” e foi o inglês que no final, como tantas outras vezes, saiu vencedor do encontro, batendo o chinês por 6-3. A vitória de Judd Trump frente ao australiano Neil Robertson por uns expressivos 6-1, garantiu uma vaga ao inglês, que marcou presença na meia-final frente ao “Rocket”, naquele que foi o 22º duelo entre ambos.

Já no duelo entre os dois homens da casa, Mark Williams e Ryan Day. O primeiro dos galeses entrou a todo o gás e rapidamente se colocou a vencer por 4-0 ao intervalo da sessão. Sendo que, na segunda parte do encontro, Ryan Day entrou melhor e reduziu para 4-3. Mark Williams não se deixou intimidar e depois de uma centenária no oitavo ‘frame’, fechou o encontro por 6-3.

No último encontro dos quartos-de-final, Shaun Murphy chegou a ver “a sua vida a andar para trás”, já que frente ao escocês McGill teve muitas dificuldades, tendo acabado por sair vitorioso apenas no ‘frame’ decisivo, por 6-5.

Judd Trump no encontro dos quartos-de-final (Fonte: Facebook World Snooker)

Quase, quase Judd Trump

Até então, nos anteriores 21 encontros entre ambos, O’Sullivan venceu por 11 vezes contra as dez de Judd Trump, o que demonstra bem do equilíbrio e da qualidade destes dois ingleses.

Este último deu muitas dores de cabeça ao “Rocket”, tendo estado inclusive a vencer por 5-4, sendo que no final saiu derrotado na “negra” por 6-5. Uma vez mais Judd Trump não passa da “quase” vitória, sendo que será interessante perceber o que esta derrota e ausência do China Open podem trazer de bom ou mau para o inglês.

Quem reinava o histórico de duelos entre Mark Williams e Shaun Murphy era o galês, que em 25 embates entre ambos, o mais velho dos dois jogadores, venceu em 14 ocasiões contra 11 do inglês. Mas desta vez foi mesmo o “Magician” a sair por cima no final do encontro, frente ao galês, por 6-3, marcando encontro na final contra o mais temido de todos os adversários, Ronnie O’Sullivan.

O’Sullivan na sua entrada para a meia-final frente a Trump (Fonte: Facebook World Snooker)

O implacável O’Sullivan

O histórico de confrontos entre Ronnie O’Sullivan e Shaun Murphy era claramente favorável ao inglês. De entre os quinze encontros disputados entre ambos, Ronnie venceu 11 contra apenas 4 de Murphy. Esta já era a terceira final que ambos disputavam esta temporada, tendo-se registado até então uma vitória para cada lado. A primeira para Murphy, no Champion of Champions e, a segunda no UK Championship, aí com o triunfo de Ronnie.

Apesar de os números não o demonstrarem, ao intervalo do encontro, a primeira sessão foi equilibrada. É verdade que Ronnie saiu a vencer por 6-3, tendo Murphy tido oportunidades para sair na frente. Tal não aconteceu porque o “Rocket” aproveitou ao máximo as oportunidades que teve para conseguir uma vantagem confortável. Vantagem essa que foi crucial para a segunda sessão da final, onde O’Sullivan deixou poucas margens para dúvidas no que toca a superiorizar-se nos encontros decisivos.

Fechou o encontro por 10-4, para assim vencer o Players Championship, sendo este o seu 33º título da carreira e o quinto ‘major’ da época. Números que falam por si só e, que mostram bem como Ronnie está a atravessar um dos melhores momentos da sua carreira.

Até ao mundial, e no que toca a ‘majors’, ainda se jogará o China Open, torneio no qual algumas figuras de proa falharam a qualificação. Depois disso só resta mesmo a tormenta das qualificações para os jogadores fora do top-16, o que para muitos ainda está longe de ser uma certeza, esse lugar como cabeça-de-série em Sheffield.

O habitual cumprimento da praxe antes do início da final (Fonte: Facebook World Snooker)

Entre na discussão


Quem somos

É com Fair Play que pretendemos trazer uma diversificada panóplia de assuntos e temas. A análise ao detalhe que definiu o jogo; a perspectiva histórica que faz sentido enquadrar; a equipa que tacticamente tem subjugado os seus concorrentes; a individualidade que teima em não deixar de brilhar – é tudo disso que é feito o Fair Play. Que o leitor poderá e deverá não só ler e acompanhar, mas dele participar, através do comentário, fomentando, assim, ainda mais o debate e a partilha.


CONTACTE-NOS